Ódio, vingança e morte cruel: mulher queima marido vivo.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A vendedora Cassiana Conceição Rocha, 30 anos, foi presa nesta sexta-feira após confirmar ter colocado fogo no corpo do marido, o policial militar Allan Carelli, 31, que estava desaparecido desde o último dia 16, em Várzea Paulista. 

O corpo do PM foi encontrado na madrugada desta sexta, na estrada na Serra do Mursa, parcialmente carbonizado e em fase de decomposição. Cassiana teria ateado fogo no marido ainda vivo, após o dopar  com soníferos. Ela afirmou à polícia ter feito a barbaridade por conta das diversas agressões que sofria.

O crime foi premeditado pela mulher. Em depoimento à polícia, ela disse que esteve no local uma semana antes e que conseguiu o remédio com uma pessoa conhecida.

No seu depoimento, disse que na noite do dia 15 colocou o sonífero no jantar e no leite do marido e se preparou para o assassinato.  
De acordo com o depoimento, o PM começou a passar mal e ela disse que o levaria até o hospital. “Porém, foi para a estrada do Mursa”, afirma o delegado titular de Várzea Paulista, Antônio Dota Junior. 

Chegando no local o PM desceu do carro e como estava muito dopado ficou abaixado, próximo de um barranco, momento em que ela despejou gasolina pelo corpo do marido e ateou fogo. 

“Segundo ela, o policial ainda se levantou pedindo socorro, mas caiu no barranco de aproximadamente 10 metros de altura”, diz o delegado.
Antes de cometer o assassinato, Cassiana fez questão de deixar o PM com farda, coldre e  arma. 

E quatro dias depois do crime retornou ao local com três litros de álcool para queimar os equipamentos, porque estava preocupada com as marcas das digitais, mas como não conseguiu, decidiu descartá-los em um riacho, longe do lugar onde estava o corpo. “E a caixa de remédio vazia foi jogada em outro lugar”, afirma Dota. 

Investigações / A ação entre a polícia de Várzea Paulista, em conjunto com a Delegacia Seccional e a Corregedoria de São Paulo, começou no dia em que a própria mulher registrou boletim de ocorrência para reclamar do desaparecimento do PM, alegando que ele teria saído de casa na tarde do dia 16 para fazer um curso em São Paulo e não teria retornado mais. 

Segundo o delegado, ela teria dado queixa pelo fato de ter recebido uma ligação da instituição que estava oferecendo o curso questionando a ausência do marido. “Começamos a investigar as ruas que eles costumava passar  até o ponto para pegar o fretado, mas nenhuma câmera havia registrado imagens dele. E a empresa do ônibus disse  que não teria levado o policial para São Paulo. As informações começaram a não bater”, explica o delegado. 

Ainda durante as investigações, eles encontram os litros de álcool na casa do casal e, a partir daí, Cassiana se tornou a principal suspeita.
A mulher recebeu mandado de prisão temporária na tarde de anteontem,  em seu trabalho. E durante a madrugada confessou o crime e levou os policiais até onde estava o corpo. 

Cassiana foi transferida para a Cadeia Feminina de Itupeva. Segundo o delegado Dota, ela deve responder por homicídio qualificado e deverá pegar, no mínimo, 30 anos de prisão.  A polícia também vai investigar sobre a pessoa que forneceu o medicamento para Cassiana. 

Perfil / Segundo Dota, a mulher parecia dissimulada e nervosa. Durante o depoimento, demonstrava frieza, ódio e repulsa pelo marido. Só ontem disse que estava arrependida. 

Eles estavam juntos há sete anos e tinham uma menina de 6 anos, que está com parentes. Cassiana também tem uma outra filha, de 13 anos, do primeiro casamento, que mora com o pai em Minas Gerais. Segundo o delegado, existiu um  processo da Lei Maria da Penha no Fórum  no qual  ela  reclamava  contra o marido. 

A polícia disse ainda que antes do Jardim Satélite, o casal já tinha morado no Jardim Cruz Alta, mas o PM teria se desentendido com vizinhos. 

Até o fechamento dessa edição, a família não havia decidido se o corpo seria enterrado em Várzea  ou no Rio de Janeiro, de onde veio o policial.

Menina queria saber onde estavam os paisNa tarde de ontem, o Conselho Tutelar de Várzea Paulista foi até a casa  e levou a menina para conversar com uma juíza, acompanhada por uma tia, por parte do pai, e pela avó materna. E a todo o momento ela perguntava pelos pais.

Allan era de Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Cassiana tinha parentes em Juiz de Fora,  Minas Gerais. Nesta sexta, parentes do casal estavam na casa no Jardim Satélite. Segundo a mãe da mulher, Emília, a filha reclamou várias vezes do seu relacionamento com o policial. 

“Mas não justifica tirar a vida de ninguém, eu cansei de falar para ela se separar”, disse, em lágrimas. “Eu só penso na mãe dele, porque eu ainda posso ver minha filha e ela não tem mais o filho”.

Uma tia do PM, que não quis se identificar, citou que no momento em que Cassiana passou em casa ontem, com os policiais, para deixar seus pertences, disse: “Ou era ele ou era eu”. 

Todos os parentes disseram que aparentemente era um casal normal e não demonstrava  problemas sérios. Uma vizinha lembrou que no dia em que o policial havia sumido, a mulher estava muito desesperada. “Não fazia ideia de que ela era a autora do crime, estamos todos chocados.” 

O PM trabalhava no Copom (Comando de Operações)  de São Paulo há cinco anos. E eles moravam no bairro há pouco mais de um ano. Segundo a vizinha, o casal não aparentava ter problemas. “Era diferente da outra família que morou antes aqui, aquela tinha  brigas constantes e várias vezes chamamos a polícia, mas nada era feito”.

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