Roberto Cláudio encontra Carlos Lupi

sábado, 28 de setembro de 2013

Cid Gomes recebe hoje, com os integrantes do seu núcleo político, o presidente nacional do Pros, Eurípedes JúniorOntem, enquanto o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Albuquerque, foi para Recife, entregar os pedidos de desfiliação ao PSB, do governador Cid Gomes, do seu irmão, secretário de Saúde, Ciro Gomes, do próprio Albuquerque, do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e dos deputados federais e estaduais, Roberto Cláudio viajava para o Rio de Janeiro, onde, no meio da tarde, conversou com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, um dos que ofereceram legenda a Cid e seus liderados. Deixam o PSB no Ceará 38 prefeitos e 287 vereadores.

Prefeito Roberto Cláudio foi ontem ao Rio de Janeiro conversar com o presidente nacional do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi FOTO: MARÍLIA CAMELO

Com o PDT, a conversa não foi conclusiva, permanecendo o suspense quanto à filiação de todo grupo do governador a uma legenda, que será conhecida na próxima terça-feira, como ficou decidido no encontro que fizeram na última quarta-feira, para oficializarem a desfiliação.

Apesar de terem sido "ouvidos" durante a reunião da quinta-feira em relação a que novo partido devem se filiar nos próximos dias, a maioria dos aliados do governador Cid Gomes demonstra não ter conhecimento sobre o processo de negociação com as siglas. A exceção é de aliados muito próximos ao governador, como o secretário da Saúde, Ciro Gomes, o presidente da Assembleia, José Albuquerque, e o prefeito Roberto Cláudio. Os outros, incluindo deputados federais e estaduais, dizem não saber de informações e apenas especulam notícias de bastidores.

Preferência
Durante o encontro dessa quinta-feira, a maioria dos que têm mandato eletivo e que pretendem disputar as eleições de 2014 defendeu a ida para o recém criado Pros, pela segurança de que não terão o mandato questionado e do apoio à reeleição da presidente Dilma, como defende o governador. Alguns filiados, contudo - entre eles, Ciro Gomes - teriam rejeitado a adesão, alegando se tratar de um partido conservador, que não combina com a tendência socialista do grupo.

Além do Pros, outro partido com reais possibilidades de filiação seria o PDT. A adesão ao partido, segundo o próprio governador, teria sido defendida pelo irmão dele, o atual secretário de Educação de Fortaleza, deputado estadual licenciado Ivo Gomes. O deputado federal Edson Silva, apesar de dizer que o Pros é a legenda mais viável, disse ao Diário do Nordeste ter uma "simpatia" maior ao PDT, sigla na qual começou sua carreira política.

Programático
Apesar de defenderem a adesão ao Pros, pela segurança que a nova legenda dá em relação a possibilidade de questionamento dos mandatos atuais na Justiça, a maioria dos deputados federais e estaduais, vereadores e prefeitos ouvidos pela reportagem disseram saber muito pouco ou nada sobre a sigla. O coordenador da bancada federal cearense, deputado Antônio Balhmann, disse não conhecer o novo partido, pois as mudanças foram "muito rápidas".

"Esse novo grupo é que vai dar o tom, vai fazer a construção programática do partido", justificou o deputado, que diz acompanhar Ciro Gomes desde a época em que o atual secretário da Saúde era do PSDB e foi governador e ele Balhmann secretário, tendo mudado juntamente com ele para o PPS e, em seguida, para o PSB. "A única coisa que sei é que não é do contra", brincou o deputado federal Ariosto Holanda, que só passou acompanhar Cid no PSB. Antes disso, foi filiado ao extinto PCB.

Na avaliação de Ariosto, o Pros é o único partido com condições para que o grupo mude. "Tem que ser o Pros. Só ele vai ficar na base do Governo Federal. Como o Cid quer apoiar a (reeleição da presidente) Dilma, temos que ir para ele. O Solidariedade é oposição, e a Marina tem candidatura própria. Qualquer outro corre o risco de questionarem nosso mandato", justificou.

Importante

Ariosto Holanda comentou que foi procurado por um assessor de Eduardo Campos nessa quarta-feira, em Brasília. "Ele ponderou que eu era histórico dentro do PSB, mas eu disse que não era importante, porque a Executiva Nacional não me consultou quando resolveu lançar a candidatura dele. Se tivessem reunido a Executiva toda, a primeira candidatura a ser colocada seria a do Ciro", contou.

O deputado federal Edson Silva também reforça o coro de que o Pros é o partido "mais viável", principalmente para os que vão tentar eleição de 2014. Ele acredita, contudo, que Cid deve enviar alguns aliados para outros partidos, como forma de "fortalecer" outras legendas aliadas. Entre as siglas, citou, estariam o PP, o PTB, PT e o PDT, pelo qual disse ter uma maior "simpatia". Indagado se conhece o novo partido, Edson disse que "nem procurei saber nada". Antes de se filiar ao PSB, ele passou pelo DEM e PDT.

De licença para assumir a secretaria Especial da Copa, o deputado Domingos Neto afirmou não temer mudar para partidos antigos, pois, além da anuência do PSB Nacional, o grupo tem segurança jurídica, em razão a "perseguição" que alega ter sofrido. O parlamentar afirmou que a ideia do governador é que todo o grupo siga junto para o novo partido. Sobre o Pros, o parlamentar comentou apenas que a ideia inicial era levar políticos de outros partidos e não membros do PSB.

A maioria dos deputados estaduais ouvidos também ponderou que é preciso ter precaução na mudança, para evitar qualquer possibilidade de questionamento. Por conta disso, apostam que o novo partido deve ser o Pros, por ser a única sigla que garante estabilidade no mandato e apoio a Dilma Rousseff ao mesmo tempo. Welington Landim, Sérgio Aguiar, José Sarto e Sineval Roque, contudo, disseram não terem conhecimento sobre o PROS. "A única notícia que soube foi da criação pelo TSE", disse Sarto.

A maioria do vereadores e prefeitos ouvidos pela reportagem comentou não ter nenhuma informação, comentando que, muitas vezes, sabem das notícias pela imprensa. Segundo eles, o nome mais ouvido seria o do Pros. A maioria, contudo, disse não conhecer nada sobre a sigla. Apesar de não ter a confirmação da nova legenda, o vereador Elpídio Nogueira comentou que já foi procurado por integrantes de outros partidos, que mostraram interesse em ingressar na nova sigla do grupo de Cid.

Reunião
Hoje, o governador e o núcleo político do seu Governo (Ciro Gomes, José Albuquerque e Roberto Cláudio) conversam com o presidente nacional do Partido Republicano da Ordem Social, Eurípedes Júnior e outros fundadores, sobre a possibilidade de ingresso de todo o seu grupo nessa nova legenda.

Líder do Governo critica a posição da direção nacionalO líder do Governo na Assembleia, o deputado José Sarto, foi o porta-voz do grupo ligado a Cid Gomes a anunciar o resultado de saída dos parlamentares do Partido Socialista Brasileiro. Ele também teceu críticas ao governador e presidente nacional da sigla, Eduardo Campos, informando que os interesses pessoais dele estão distanciando a agremiação do Partido dos Trabalhadores (PT), da presidente Dilma Rousseff.

Segundo ele, há quatro anos, quando o partido pensou em lançar a candidatura de Ciro Gomes para a presidência da República, visto que terminava o ciclo Lula e quando ele pensava em lançar Dilma Rousseff, que até então era desconhecida, a liderança nacional do PSB se negou a dar legenda ao cearense. No momento atual, quando os dois grêmios estão juntos em um arco de aliança, Campos insiste em lançar sua candidatura.

Conforme disse, o PSB mudou de opinião, no meio de um processo em que Pernambuco foi o Estado melhor "aquinhoado" pelo presidente Lula. "Pernambuco foi o Estado que mais recebeu atenção, verba e carinho do presidente Lula. E agora o PSB está se aproximando de um projeto antagônico, se aproximando do senador Aécio Neves (PSDB-SP) em vários pontos do Brasil", atacou José Sarto.

José Sarto ressaltou ainda que o projeto do Partido dos Trabalhadores é contraposto ao que defende Aécio Neves. "Nós, do PSB até hoje, não tivemos uma resposta sobre quais os rumos e percebemos que as teses do Governo de Pernambuco são somente por interesses pessoais. Hoje saiu uma pesquisa do Ibope e o Eduardo Campos detém 4% da intenção de votos e à época o Ciro tinha 18%".

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