537 mil cearenses não têm banheiro em casa

sábado, 28 de setembro de 2013

Segundo dados da Pesquisa Pnad 2012, 1.303 pessoas não têm nem sequer canalização interna
Apesar de serem considerados direitos fundamentais, o acesso à água tratada e esgotamento sanitário adequado não fazem parte da rotina do motorista aposentado Walter Queiroz, 50. Morador do bairro Planalto Castelão, ele sonha há 28 anos em ter rede de esgoto na porta de casa. O que resta é a lama, a fedentina e mosquitos.

Segundo o Pnad 2012, 63% do Ceará estavam sem cobertura de esgoto e 3.415 domicílios cearenses ainda tinham fossa rudimentar FOTO: JOSÉ LEOMAR

Entretanto, realidade de Walter não é única. Segundo a Pnad 2012, 63% do Ceará estavam sem cobertura de esgoto, por exemplo e, no ano passado, 3.415 domicílios cearenses ainda tinham fossa rudimentar (39%). O acesso à água, no entanto, já é possível para 78% da população cearense e a iluminação, em 2012, já tinha quase cobertura universalizada (99,6%).

"Um país que é desenvolvido se preocupa com a saúde e a qualidade de vida do seu povo. Acho absurdo ainda ter esgoto escorrendo, assim, na casa das pessoas pobres", reclama o motorista aposentado, Queiroz.

Outro dado chama atenção: das moradias analisadas, a pesquisa também revelou que 537 mil, um total de 6,15% dos cearenses, não tinham banheiro ou sanitário e 1.303 (14,93%) não tinham nem sequer canalização interna, segundo a Pnad 2012.

Já a Capital revela um cenário menos crítico. Em Fortaleza, das 3.758 mil famílias entrevistadas em 2012, 2.176 (57%) tinham rede coletora de resíduos, 3.725 (99%) possuíam esgotamento sanitário.

Cobertura
Sobre a rede de esgotamento e água, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) informou que está comprometida com a ampliação da cobertura de esgoto em todo o Estado. Com relação a Fortaleza, desde 2005, a Companhia vem realizando investimentos importantes como a execução do Macrossistema de Esgoto, atendendo as sub-bacias do Siqueira e do Cocó. Com as obras em andamento, a previsão é que a cobertura de esgoto em Fortaleza seja de 65% até 2014. Hoje, os índices de cobertura sanitária são: 57% na Capital e 38,12% no Ceará. Mais obras estão ocorrendo.

Sobre o acesso a banheiros, a Secretaria das Cidades não deu esclarecimentos, informou que o gestor responsável não estaria na Capital para nos atender.

O acesso à rede de tratamento de esgoto no país cresceu apenas 2,1 pontos percentuais entre 2011 e 2012, segundo a mais recente pesquisa Pnad 2012.

Registros de Trabalho Infantil caíram 50%

Considerando uma idade mínima recomendada para o trabalho em geral a partir dos de 16 anos, a realidade no Ceará aponta que, em 2011, pelo menos 86 mil crianças estavam realizando essa ação de forma ilegal, perdendo parte da infância, se arriscando, deixando de estudar.

Entretanto, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2012) traz boas notícias: entre os anos de 2011 e 2012, houve redução de 50% dos casos de trabalho infantil, caindo de 86 mil para 43 mil até 14 anos.

A supervisora técnica da Célula de Atenção à Média Complexidade da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Ceará (STDS), Ivaniza Moraes, comemora os resultados. Para ela, foi fruto de trabalho e empenho. Mas, a gestora ainda lamenta a existência dessa violação de direitos no Estado. "Mas, já existem muitos programas que atendem esses meninos e meninas. Temos 29.398 crianças, 7 a 15 anos, cadastradas no Bolsa Família. Elas são acompanhadas pelos municípios responsáveis".

Nacionalmente, essa pesquisa do IBGE apontou redução de 156 mil jovens (5 a 17 anos) que trabalhavam ano passado.

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